quinta-feira, 9 de março de 2017

Um poema de Sidónio Muralha

"Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se carácter custa caro
pago o preço.
 
Pago embora seja raro.
Mas homem não tem avesso
e o peso da pedra eu comparo
à força do arremesso.
 
Um rio, só se for claro.
Correr, sim, mas sem tropeçar.
Mas se tropeçar não paro
- não paro nem mereço.
 
E que ninguém me dê amparo
nem me pergunte se padeço.
Não sou nem serei avaro
- se carácter custa caro
pago o preço."

"Roteiro" de Sidónio Muralha

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