sábado, 25 de janeiro de 2014

Clifford

" ... a música de Clifford cinge algo que se escapa quase sempre no jazz, que se escapa quase sempre naquilo que escrevemos ou pintamos ou amamos. De repente, algures a meio, sente-se que esse trompete que procura com um averiguar infalível a única forma de superar o limite é menos solilóquio do que contacto.
(...)
Quando quero saber o que experimenta o xamã no ponto mais alto da árvore da passagem, face a face com a noite fora do tempo, escuto uma vez mais o testamento de Clifford Brown como um golpe de asa que rasga o contínuo, que inventa uma ilha de absoluto no meio da desordem."
 
Julio Cortázar em "Clifford"

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